Comissão da Verdade promove segunda audiência pública

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A Comissão Municipal da Verdade de Joinville (CMV) realiza na segunda-feira (8) a segunda audiência pública para ouvir vítimas e apurar fatos relacionados a violações de direitos humanos durante a ditadura militar do Brasil, de 1964 a 1985, principalmente em 1975 quando foi realizada a Operação Barriga Verde em Santa Catarina.

O local é a Câmara de Vereadores, às 19 horas. Na primeira audiência pública, realizada dia 2 de setembro, foram ouvidas duas mulheres que relataram a prisão de seus maridos, a fragilidade familiar e as humilhações que passaram em corredores de órgãos de segurança.

Para a segunda audiência está prevista a ouvida de outras duas mulheres. Ao todo, a Comissão da Verdade ouvirá pelo menos cinco pessoas, cujos relatos serão formalmente encaminhados à Comissão Estadual da Verdade.

A Comissão da Verdade de Joinville, criada por lei no dia 26 de junho, é a única em âmbito municipal em Santa Catarina. É composta por dez membros entre titulares e suplentes que representam os poderes Executivo, Legislativo, Ordem dos Advogados do Brasil, Instituições de ensino superior e instituições de defesa dos direitos humanos.

O coordenador, Luiz Henrique Lima, procurador do Município, explica que além de ouvir as vítimas será feito um resgate histórico daquele período. “A comissão será um importante canal para ouvirmos vítimas e outras pessoas envolvidas nesses episódios e que queiram se manifestar”, explicou. Interessados podem entrar em contato com integrantes da CMV pelos endereços eletrônicos comissaodaverdade@oab.org.br, luizhlima@hotmail.com, rossana.cunha@gmail.com e maikon.jean.duarte@gmail.com .

Um dos integrantes da CMV, o professor de história Maikon Jean Duarte, disse que outro objetivo que a comissão pode alcançar é identificar a cadeia de comando das operações de repressão com base em nomes que atuaram direta e indiretamente na repressão. “Uma grande dificuldade é a identificação desses nomes. A comissão ouvirá vítimas ou acusados que queiram se manifestar. O objetivo é expor o outro lado da história”, explicou.

Durante os 21 anos do golpe militar, de 1964 a 1985, são conhecidos casos de 90 pessoas que foram presas ilegalmente em Santa Catarina, quase todas ouvidas pela Comissão Estadual da Verdade. “As que ainda não foram ouvidas precisam se sentir encorajadas a falar, seja como forma de colaborar com a verdade histórica, seja na fundamentação de possíveis medidas jurídicas cabíveis”, exortou o jornalista e professor do curso de Jornalismo do Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus/Ielusc, Sílvio Melatti.

Fonte: Secom

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