Opinião

Seminário Fé e Política – Comissão Ecumênica

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A preocupação com o atual contexto religioso e político que o Brasil enfrenta, motivou a Comissão Ecumênica de Joinville a realizar no último sábado (24) o Seminário “Toda fé é Política”. O encontro contou com a assessoria da Professora Valdete Daufemback e do Professor Leandro Hofstätter. O evento aconteceu no Centro Diocesano de Pastoral e reuniu cerca de 70 pessoas entre luteranos  e católicos. A abertura do encontro foi realizada com uma oração conduzida pelo Coordenador Diocesano de Pastoral Padre Sérgio da Silva e os trabalhos foram conduzidos pelo Pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Marcos Aurélio Oliveira, também coordenador da Comissão Ecumênica de Joinville.

fa8da9a4-52ff-413e-b3a6-9e18bf789deaO Professor Leandro traz reflexões e conceitos de alguns autores no que diz respeito à religião e à fé. “A promessa de Deus na nossa vida, a sua revelação ela não nos tira da humanidade, ter fé não significa neste mundo que não vamos sofrer”. O professor embasa nesta fala a comparação que Ruben Alves faz da fé com um morango que se come pendurado num galho à beira do abismo, pelo gosto bom que se tem, sem nenhuma promessa de que ele nos fará flutuar quando o galho quebrar…”

Fé e Política estão relacionadas a diversos questionamentos sociais, onde a formação constante e a conscientização das pessoas é um caminho que deve ser percorrido, frente as diversas iniciativas de alienação para esta temática. Diante disso a Professora Valdete levanta questionamentos e possíveis relações entre Fé e Política: Fé é utopia? Experiência não vivida racionalmente? Entre outras colocações ela define que que Fé e Política são relações entre grupos com objetivos comuns.

 O Seminário Fé e Política é uma iniciativa de formação que pretende ter outros encaminhamentos e desdobramentos na região, inclusive de continuidade de discussão da temática nas diversas comunidades.

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CDH de Joinville é eleito para o CEDH

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O Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Braz participou ontem (19), do Fórum de Entidades da Sociedade Civil, o qual elegeu suas entidades de representação para compor o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH-SC).

Foram eleitas as entidades: Acontece Arte e Política LGBT/Florianópolis, Associação dos Defensores Públicos de SC, Centro dos Direitos Humanos de Joinville, Centro dos Direitos Humanos de Brusque, Cáritas Brasileira, CUT-SC, Fórum Catarinense pelo Fim da Violência e da Exploração Sexual Infanto-Juvenil, Fundação Instituto Nereu Ramos/Lages, Pastoral da Juventude e Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos/Joinville.

O Conselho Estadual de Direitos Humanos, aprovado pela Lei nº 16534, de 23 de dezembro de 2014, é uma antiga reivindicação dos movimentos sociais e entidades de defesa de direitos humanos no estado, cuja articulação iniciou em 1994 e só se concretiza hoje pela força da luta popular.

O hoje CEDH-SC está vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho e Habitação e deverá denunciar as violações de direitos e defender os direitos da população catarinense.

Uma reflexão sobre os Direitos Humanos no Brasil

Arquivo Google

Arquivo Google

Por Lizandra Carpes

Para entrarmos na situação dos direitos humanos no Brasil é necessário compreender que o país está imerso na ditadura da bancada do “Boi, Bíblia e Bala (BBB)”, aliada a um poderoso poder chamado “Oligopólio dos Meios de Comunicação”, que se justifica por meio do poder supremo do Judiciário e uma esquerda segmentada e atordoada com os golpes que vem sofrendo. Parafraseando o sociólogo Zygmunt Baumann, sabe que o velho jeito não serve mais, mas, ainda não inventou uma nova forma de avançar em suas lutas.

A bancada do Boi representa os ruralistas e atua em defesa dos proprietários rurais com posse de inúmeros hectares de terra, legislam em benefício próprio e confrontam com os povos tradicionais da floresta indígenas, quilombolas, pequenos agricultores e ambientalistas. É a maior e mais organizada bancada.

A bancada da Bíblia se mantém viva por conta de conceitos conservadores e fundamentalistas. Essencialmente são reconhecidos também como bancada evangélica, no entanto, católicos neopentecostais dão suporte aos discursos destes parlamentares que usam seus fiéis dentro das igrejas para se elegerem/reelegerem. Usam a bíblia, o dízimo, o salário e a fé das pessoas para incutir ranços históricos religiosos e transformam em legislações. O maior exemplo deste fenômeno é a redução da maioridade penal, no entanto, ataques homofóbicos, xenofóbicos e intolerância religiosa são pautas corriqueiras de seus discursos. Tudo isso violando absurdamente a Constituição Federal Brasileira de 1988 no que tange a laicidade do Estado.

A bancada da bala trabalha em consonância com as outras duas e se alimenta das pautas delas. São aqueles que legislam pelo direito de autodefesa individual e são contra o Estatuto do Desarmamento, defendem o militarismo e a ditadura militar. Suas prioridades são território e propriedade.

O poder Judiciário é supremo, não há nenhuma instância acima dele. Tem agido de maneira parcial e no mínimo com ações questionáveis, passíveis de sérias avaliações, como o fato da ação de coerção do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Outro fato é a seletividade nas investigações da Operação Lava-Jato, absurdamente explícita e partidária.

O oligopólio da mídia que se concentra nas mãos de sete famílias (Marinho da Globo, Abravanel SBT, Edir Macedo da Record, Saad da Band, Frias da Folha de São Paulo, Mesquita do Estadão e Civita da editora Abril – Veja), dão suporte a este ranço de poder hegemônico, alienação e uso criminoso da fé. Este controle privado da mídia de massa impede a regulamentação e a democratização dos meios de comunicação e são usados para interesses muito particulares, um deles é manter no poder quem alimenta a repressão e o neoliberalismo. A velha mídia promove a tentativa de golpes e evita eleições de líderes populares.

A esquerda que luta de fato, mas ainda se recupera do deslumbre  ter chego à conquista de um governo popular. Aquelas lideranças que estavam na base, com seus trabalhos de conscientização política ocuparam cadeiras nos governos. Não houve um exercício de enfrentamento, não houve a promoção de mudanças de cultura e comportamento a respeito dos direitos humanos. Tão claro é este fato que, em pleno século XXI, depois de 12 anos de governo popular, pessoas ainda se remetem defensores de Direitos Humanos como “defensores de bandidos”. Vivemos às sombras de uma ditadura muito mais seletiva, cruel e forte, com aliados poderosos. As pessoas em situação de vulnerabilidade e grupos sociais que representam as minorias viram números e estatísticas de violência e mortes.

A partir destes fatos é possível avaliar a situação dos direitos humanos no Brasil, crítica. O que se percebe em tempos de afrontas à democracia é a vivência de uma cultura meritocrata. A garantia de vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras esbarra no preconceito das massas que recai sobre elas mesmas aliado ao crescimento econômico que se pauta apenas em números e não em vidas. Estes números beneficiam apenas aquelas pessoas que historicamente se mantem no poder.

Este quadro apresenta o quanto é preciso avançar para efetivar de fato o que está na Constituição Federal Brasileira. O país vive na contramão dos direitos garantidos por conta de interesses pautados no capitalismo e interesses privados. Crianças, mulheres, negras e negros, a população LGBT, idosos vivem às margens de uma sociedade injusta e seletiva e que embora tenha saboreado alguns avanços, precisa lutar muito para viver com plenitude os Direitos Humanos.

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