Opinião

CONTRA O REAJUSTE DA TARIFA DE TRANSPORTE

O prefeito Udo Döhler autorizou um novo aumento da tarifa de transporte público de Joinville. Os novos valores, de R$ 4 para compra antecipada e R$ 4,50 para quem precisa adquirir dentro do ônibus, tornam a passagem na cidade a segunda mais cara do país. Apenas Belo Horizonte, um município muito maior, está na frente. Esse reajuste é de 8,1% e está acima da inflação medida pelo INPC, que ficou em 7,39%, e pelo IPCA, de 6,99%.

O transporte é um serviço público, que deveria ser gratuito e para todos. No entanto, sua exploração em Joinville é entregue a duas empresas privadas há meio século, de forma ilegal. Não bastasse, o serviço ofertado está longe de ser equivalente ao preço pago pelos joinvilenses. Faltam linhas, a quantidade de veículos é insuficiente e boa parte da frota está em más condições.
A Justiça neste caso novamente dá provas de que não está ao lado do povo e determinou que os reajustes devem seguir o valor calculado nas planilhas formuladas pelas próprias empresas.

AUMENTA A EXPLORAÇÃO

O aumento do valor de um serviço tão importante para a população acontece poucos dias após o vergonhoso reajuste do salário mínimo nacional, que pela primeira vez em 13 anos não subiu acima da inflação, passando de R$ 880 para apenas R$ 947. A maior parte das categorias de trabalhadores brasileiros também não recebeu aumentos reais no ano passado nem tem perspectiva de receber em 2017.

No final de 2016, foi aprovado o congelamento de investimentos nos serviços públicos por 20 anos. A “reforma” do ensino, por sua vez, é a destruição da educação pública brasileira. Ela desobriga o Estado a fornecer aos filhos dos trabalhadores estudo em diversas áreas do conhecimento e permite a privatização. Em relação à Previdência, o governo quer aprovar outra “reforma” que aumenta para 65 anos a idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres, exige 49 anos de contribuição, prejudica trabalhadores rurais, professores, servidores públicos, entre inúmeros outros ataques.

Também se prepara uma “reforma” trabalhista, que irá permitir que sindicatos pelegos compactuem com o fim de direitos hoje garantidos pela CLT, como férias, jornada de trabalho e período de descanso. O governo quer ainda incentivar o trabalho temporário, o que, na prática, significa que grande parte dos brasileiros só conseguirá trabalho algumas horas da semana, sem ser considerada desempregada e sem que as empresas contratantes se responsabilizem. Para quem não aceitar tais condições, a porta da rua será a serventia da casa. O Brasil já é o sétimo país do mundo em índice de desemprego, o que corresponde a mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho.

É PRECISO DIZER NÃO

Diante desse absurdo, todos os jovens e trabalhadores joinvilenses estão convidados a manifestarem-se contra o reajuste da tarifa de transporte. Na próxima segunda-feira (9/1), às 18 horas, haverá um ato na Praça da Bandeira e as entidades que assinam a presente nota estarão presentes.

É preciso lutar contra os consecutivos aumentos da tarifa e exigir a criação de uma empresa pública, que não vise lucros e garanta a oferta de transporte gratuito e para todos.

Assinam essa nota:
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej)
Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina – Regional de Joinville (Sinte)
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Serviços de Água e Esgotos Sanitários de Joinville (Sintraej)
Diretório Central dos Estudantes Florestan Fernandes (DCE do Ielusc)
União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes)
Associação de Moradores do Bairro Adhemar Garcia (Ambag)
Liberdade e Luta (LL)
Esquerda Marxista (EM)
Centro dos Direitos Humanos de Joinville (CDH)

 

Dom Evaristo Arns, presente!

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Morreu nesta quarta-feira (14), aos 95 anos, Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. Desde o dia 28 de novembro, o cardeal estava internado na UTI do Hospital Santa Catarina com broncopneumonia e problemas no sistema renal.

O bispo de São Paulo, nascido em 1921 em Forquilhinha, foi ordenado sacerdote em 1945 e formou-se em literatura antiga, estudos gregos, brasileiros e latinos. Ele também criou a Pastoral da Infância com o apoio da irmã Zilda Arns, que realizava trabalhos humanitários.

Na época da ditadura, destacou-se por ser contra as torturas praticadas e ter voto a favor das Diretas Já. Ele mantinha encontros de forma sigilosa com líderes exteriores para alertar as violações dos direitos humanos no Brasil se tronando, assim, um dos maiores defensores de Direitos Humanos na Igreja do Brasil ao lado de Dom Helder Câmara e Dom Luciano Mendes.

D. Evaristo Arns esteve na fundação do Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz, em 11 de março de 1979. Estava sempre do lado do povo, quando alguém era preso ou sofria alguma repressão dos órgãos do Estado, ele prestava atendimento e lutava ao lado das vítimas. Por isso era chamado de “cardeal da esperança”.

“Ele ajudou muito aqui da fundação do CDH, vindo lá de São Paulo. Ele era uma pessoa muito em defesa da vida, dos pobres, que todos tivessem as mesmas condições.” comenta Irma Kniess, uma das diretoras da organização.Reconhecemos a importância do arcebispo na luta pelos direitos sociais na sociedade brasileira e comunicamos esta notícia com muito pesar.

GPSJOR

Apresentação

GPS Jor é um projeto de pesquisa-ação criado com o objetivo de pesquisar e propor soluções para as crises do jornalismo contemporâneo. Segue link para responder o questionário, clique aqui:

Queremos contribuir para a construção de mídias jornalísticas locais independentes e de qualidade, que sejam autossustentáveis e tenham governança social. Acreditamos que o jornalismo pode ser produzido não só por empresas, mas também por outras organizações. Entendemos que o público pode e deve participar de muitas das decisões cotidianas desse jornalismo, e também pode financiá-lo, sem intermediários. É o que chamamos de governança social.

Trabalhamos na pesquisa e discussão em diferentes frentes, que pensam as dimensões presentes na sigla que dá nome ao projeto. “GPS Jor” significa “Governança, Produção e Sustentabilidade para um Jornalismo de novo tipo”. Assim dividimos nosso trabalho em quatro temáticas:

Produção

Discute os aspectos dos saberes profissionais dos jornalistas. Queremos pensar aqui o que compõe o jornalismo enquanto valores, normas, escolhas de pauta, formas de construção da narrativa, formatos de conteúdo – e então questionar o que disso permanece e o que muda com uma nova governança.

Colaboração

Atualmente, o alcance de qualquer conteúdo jornalístico está muito vinculado ao engajamento do público, por conta de uma das maiores fontes de informação do público ser cada vez mais a internet e redes sociais. Curtir, compartilhar e comentar são mais que envolvimentos casuais, e afetam diretamente o alcance e repercussão social da notícia ou reportagem. Discutiremos as possibilidades e dificuldades para uma relação de cooperação, troca e envolvimento entre o público e as mídias jornalísticas na distribuição e produção do conteúdo.

Gestão (estrutura organizacional)

Para além da distribuição, acreditamos que uma forma de organização dos jornalistas que inclua o público, e cuja finalidade não esteja voltada à lucratividade – ou seja, o jornalismo enquanto outra coisa que não uma mercadoria – tem potencialidades para um jornalismo mais próximo da sociedade. A fronteira dessa dimensão da governança é a discussão, com a sociedade, das formas organizacionais mais adequadas à existência do jornalismo – fundações, institutos, Oscips, ONGs, cooperativas, o que for, desde que sustentáveis e de longo prazo.

Sustentabilidade

Como sustentar a produção de jornalismo a longo prazo, em uma governança social? Os leitores estão dispostos a financiar a iniciativa? Os anúncios podem ajudar, mas como utilizá-los sem que isso afete a cobertura? Para pensar sobre essas e outras questões, queremos ouvir o que o público tem a dizer, e também pesquisar que formatos de financiamento são utilizados por iniciativas independentes ao redor do mundo.

Iniciamos nosso trabalho em outubro de 2015 e, entre 2016 e 2017, o projeto promoverá diálogos entre a sociedade e os jornalistas de Joinville, cidade de 562 mil habitantes na região Norte de Santa Catarina. A mobilização em Joinville servirá de projeto-piloto, e a ideia é que o processo possa ser replicado em outras cidades, de acordo com os contextos específicos de cada local.

Somos uma equipe de jornalistas profissionais, graduandos, mestrandos, doutorandos, mestres e doutores ligados aos programas de pós-graduação em Jornalismo e em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina e ao Curso de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc, em Joinville.

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